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O que as imagens do projeto LSST não revelam? Insegurança na continuidade da participação brasileira no projeto preocupa pesquisadores

10 de julho de 2025

O mundo ainda celebra o início das atividades do maior projeto atual da astronomia, a ser realizado no  Observatório Vera Rubin, que revelou suas primeiras imagens no dia 23 de junho. O projeto Legacy Survey of Space and Time (LSST) une a ciência e tecnologia de ponta, mostrando que os desafios da era dos grandes volumes de dados já são uma realidade.

Em meio à euforia e expectativa das novas descobertas que estão por vir, os pesquisadores do Grupo de Participação Brasileiro do LSST, o BPG, passam por uma incerteza: a iminente falta de recursos para manter a equipe responsável pela implantação do IDAC, e dessa forma garantir a continuidade do Brasil no projeto. 

Uma possível saída do Brasil não impacta apenas os 120 pesquisadores que ficarão de fora da colaboração que foi aguardada por mais de 10 anos, mas afeta também a imagem do país perante grandes instituições internacionais. Isso levaria à quebra de um compromisso internacional firmado em 2024 com o SLAC National Accelerator Laboratory, operado pela Universidade de Stanford, sob contrato com o Office of Science do Departamento de Energia (DOE). Além disso, a oportunidade do Brasil ter um centro de dados especializado para receber grandes volumes de dados, como os do LSST ou de outros projetos, seria abruptamente encerrada. 

O reconhecimento da importância do projeto LSST e da participação do Brasil é clara e expressa pelos representantes de diversas agências importantes, mas a falta de recursos ou de uma estratégia definida para garantir a longevidade das atividades do LIneA e assegurar as vagas, ameaça o protagonismo da ciência brasileira em projetos internacionais.

Rogério Rosenfeld, coordenador do BPG-LSST, recentemente escreveu um artigo para o Jornal da Ciência relatando toda a trajetória da participação brasileira até o momento, destacando, inclusive, o que será perdido com a saída do Brasil da colaboração. O artigo está disponível neste link.

Os membros do BPG, assim como a equipe do LIneA, seguem propondo soluções ao MCTI para a continuidade da participação brasileira neste extraordinário projeto.