O debate sobre a e-ciência no Brasil tem se tornado essencial para mapear possibilidades, barreiras e soluções que viabilizem uma implantação consolidada para diferentes áreas que fazem uso das tecnologias envolvidas. Visando entender as necessidades institucionais brasileiras, fomentar a discussão e desenhar o melhor modelo de um centro de e-ciência, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) encomendou a realização de um Design Sprint ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), com foco inicial nas áreas de Agricultura, Astronomia, Biotecnologia e Meteorologia.
Foram convidados representantes das áreas para, além da participação na elaboração de um modelo de centro de e-ciência, também apresentassem o trabalho sendo realizado, as dificuldades e necessidades envolvidas. No total, 40 pessoas estiveram presentes na dinâmica, incluindo várias unidades de pesquisa do MCTI, FINEP, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro e suas respectivas áreas.
O encontro aconteceu nos dias 18 e 19 de março, realizado com o apoio e nas instalações da agência Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), no Rio de Janeiro.


O primeiro dia do encontro contou, em sua abertura, com a fala da Secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI Andrea Latgé, de Alexandre Barragat, Gerente do Departamento de Cooperação Internacional da FINEP, e Anderson Gomes, pelo CGEE.



O dia consistiu em um grande debate sobre o conceito e definições de e-ciência, apresentações dos participantes presentes, como Ana Tereza Vasconcelos (LNCC), Gilvan Sampaio (INPE), Helio Rocha-Pinto (SAB), Pedro Pascutti (UFRJ) e Ignácio Bediaga (CBPF). Também foram convidados referências internacionais, como William O’Mullane, do Rubin Observatory, George Beckett da Universidade de Edinburgh, e Andrew Connolly do e-Science Institute da Universidade de Washington em Seattle. O primeiro ciclo do design sprint abordou os desafios comuns e específicos das áreas e do Brasil em e-ciência. As pessoas foram divididas em cinco grupos, que se mantiveram durante todos os dias da dinâmica e buscou a diversidade entre as áreas.






Imagem 4: Compilado de imagens com a dinâmica do primeiro dia de Design Sprint. Créditos: Hak Guerra
No segundo dia, o Diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Carlos Aragão, fez uma breve apresentação sobre a futura programação da FINEP para o ano de 2025. A seguir Luiz Nicolaci, diretor do LIneA, realizou uma apresentação mostrando a atuação e experiência do LIneA com grandes projetos internacionais, como o Dark Energy Survey (DES) e mais recentemente o Legacy Survey of Space and Time (LSST), e o enorme volume de dados que serão gerados.


O LIneA foi utilizado como caso de uso para o ciclo dois do design sprint (O que temos a aprender?), refletindo as ações positivas, melhorias e inovações. No ciclo três (Qual o melhor modelo de institucionalização para um centro integrado de e-ciência para o Brasil?) contou com a apresentação do Wilson Coury, ex-diretor de gestão da RNP, sobre modelos de institucionalização e o debate girou em torno em torno desse tema. O segundo dia foi encerrado com os grupos compartilhando suas sugestões para ações a serem tomadas em curto, médio e longo prazo.






Imagem 7: Compilado de imagens com a dinâmica do segundo dia de Design Sprint. Créditos: Hak Guerra
Todo o material dos dois dias de Design Sprint faz parte do relatório preparado pela consultoria responsável pela condução do processo que pode ser encontrado neste link. Este relatório foi analisado pelo CGEE e o resultado recentemente encaminhado ao MCTI como recomendações.
Esta reunião marcou um passo inicial decisivo para a criação de um sistema de apoio a grupos de pesquisa envolvidos em projetos de Big Science que demandam a análise de grandes volumes de dados (Big Data).
O LIneA é um instituto de ciência e tecnologia privado cuja missão é viabilizar a participação de pesquisadores e estudantes em colaborações internacionais, apoiar centros emergentes, fornecer acesso a acervos de dados astronômicos e a uma infraestrutura de processamento intensivo de dados, e desenvolver soluções para problemas de big data nas áreas de astronomia e cosmologia. Atualmente as atividades do LIneA são apoiadas pela FINEP e pelo INCT do e-Universo.